Nenhum homem recebeu da Natureza o direito de comandar os outros.
A liberdade é um presente do céu e cada indivíduo da mesma espécie tem o direito de gozar dela logo que goze da Razão. […]
Toda outra autoridade [que não a paterna] vem duma outra origem, que não é a da Natureza.
Examinando-a bem, sempre se a fará remontar a uma destas duas fontes: ou a força e a violência daquele que dela se apoderou; ou o consentimento daqueles que lhe são submetidos, por um contrato celebrado ou suposto entre eles e aquele a quem deferiram a autoridade.
O poder que se adquire pela violência não é mais que uma usurpação e não dura senão pelo tempo por que a força daquele que comanda prevalece sobre a daqueles que obedecem […].
O poder que vem do consentimento dos povos supõe necessariamente condições que tornem o seu uso legítimo útil à sociedade, vantajoso para a república, e que a fixam e restringem entre limites pois o homem não pode nem deve dar-se inteiramente e sem reserva a outro homem, porque há um Senhor superior acima de tudo, ao qual somente ele pertence por inteiro [Deus]. […]
Ele permite, para o bem comum e a manutenção da sociedade, que os homens estabeleçam entre si uma ordem de subordinação, que obedeçam a um deles; mas quer que seja por razão e com medida, e não cegamente e sem reserva, a fim de que a criatura não se arrogue os direitos do criador.
Toda outra submissão é verdadeiro crime de idolatria.
Denis Diderot, artigo “Autoridade Política”, em Enciclopédia, 1751-1780
1 Entregaram.
A liberdade é um presente do céu e cada indivíduo da mesma espécie tem o direito de gozar dela logo que goze da Razão. […]
Toda outra autoridade [que não a paterna] vem duma outra origem, que não é a da Natureza.
Examinando-a bem, sempre se a fará remontar a uma destas duas fontes: ou a força e a violência daquele que dela se apoderou; ou o consentimento daqueles que lhe são submetidos, por um contrato celebrado ou suposto entre eles e aquele a quem deferiram a autoridade.
O poder que se adquire pela violência não é mais que uma usurpação e não dura senão pelo tempo por que a força daquele que comanda prevalece sobre a daqueles que obedecem […].
O poder que vem do consentimento dos povos supõe necessariamente condições que tornem o seu uso legítimo útil à sociedade, vantajoso para a república, e que a fixam e restringem entre limites pois o homem não pode nem deve dar-se inteiramente e sem reserva a outro homem, porque há um Senhor superior acima de tudo, ao qual somente ele pertence por inteiro [Deus]. […]
Ele permite, para o bem comum e a manutenção da sociedade, que os homens estabeleçam entre si uma ordem de subordinação, que obedeçam a um deles; mas quer que seja por razão e com medida, e não cegamente e sem reserva, a fim de que a criatura não se arrogue os direitos do criador.
Toda outra submissão é verdadeiro crime de idolatria.
Denis Diderot, artigo “Autoridade Política”, em Enciclopédia, 1751-1780
1 Entregaram.
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