quinta-feira, 14 de abril de 2016

Revoluções e Estados liberais conservadores

OBJETIVOS
As etapas da Revolução Francesa
Descrever as principais etapas da Revolução Francesa: - a monarquia constitucional (1791-1792); - a república popular – a Convenção (1792-1795); - a revolução burguesa – o Diretório (1795-1799); Reconhecer a herança da Revolução Francesa para o mundo atual;
 Constatar a Revolução Francesa como marco de periodização clássica;
 Reconhecer os princípios universais da Revolução Francesa.
As etapas da Revolução Francesa
 Os acontecimentos revolucionários 
Durante a Assembleia dos Estados Gerais, os representantes do Terceiro Estado recusaram a forma de votação tradicional, em que cada Ordem representava um voto, e exigiram o sistema de voto por cabeça, ou seja a cada deputado corresponderia um voto. As ordens privilegiadas recusaram a imposição do Terceiro Estado, gerando-se, assim, um impasse. Perante esta situação, os representantes do Terceiro Estado, alegando representar a maioria da população francesa formaram a Assembleia Nacional Constituinte, de forma a preparar uma Constituição. Esta situação poderia significar o fim da monarquia, por isso, o rei enviou tropas para dissolverem a assembleia e cercarem Paris. Em sinal de revolta, o povo parisiense assaltou, em 14 de Julho de 1789, a fortaleza-prisão da Bastilha, e libertou os presos opositores do absolutismo. Esta revolta acabou por se espalhar por toda a França.
 A monarquia constitucional (1791-1792) 
 Após a proclamação da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão e da abolição dos direitos feudais, foi aprovada, em 1791, a primeira Constituição francesa, baseada nas ideias de Rousseau e de Montesquieu, onde se definiu o modelo de organização do Estado baseado na divisão dos poderes e nos direitos e deveres dos cidadãos. Mas, a Constituição francesa não garantia o direito de participação política a todos os cidadãos, porque o voto era por sufrágio censitário, ou seja, reservado apenas aos cidadãos ativos que pagavam uma determinada quantia de impostos. A instauração da monarquia constitucional não resolveu o problema dos franceses. Vários elementos da nobreza e do clero abandonaram o país, pois perderam a maior parte dos privilégios, e conspiravam contra a monarquia constitucional; o descontentamento e agitação do povo era cada vez maior devido à instabilidade política e à degradação económica. A situação piorou devido às derrotas sofridas na guerra entre a França e a Áustria. Entre os revolucionários havia divisões, tendo-se formado dois partidos: os girondinos (moderados) e os jacobinos (extremistas).
 A república popular – a Convenção (1792-1795) 
 Esta é a fase mais agitada, em que os sans-culotte (artesãos e pequenos comerciantes) exigiam uma revolução ao serviço do povo. Os jacobinos tomaram o poder em agosto de 1792 e substituíram a Assembleia Legislativa por uma Convenção Nacional que acabou por abolir a Monarquia Constitucional e em setembro proclamou a República. Os mais importantes políticos republicanos foram Marat e Robespierre. Em 1793, o rei Luís XVI foi condenado à morte na guilhotina, por traição à pátria. Esta situação originou uma forte oposição da Europa monárquica contra a França, e levou a um período que ficou conhecido por Terror, em que a Convenção instaurou um governo revolucionário liderado por Robespierre. Neste período foram condenados e executados na guilhotina milhares de opositores, até mesmo os principais dirigentes políticos foram perseguidos e executados, entre os quais, o próprio Robespierre.
 A revolução burguesa – o Diretório (1795-1799) 
 Os burgueses cansados dos excessos revolucionários deixam de apoiar a República. A França, entre 1795 e 1799, passou a ser liderada por um governo mais moderado, o Diretório, contudo os problemas de instabilidade económica, social e política subsistiram. O sufrágio censitário voltou a ser instituído e apenas os mais ricos proprietários tinham acesso aos altos cargos do Estado e a França continuava em guerra contra a Áustria e a Inglaterra. Assim, lentamente, o exército surgiu como a única instituição capaz de salvar a França e, Napoleão Bonaparte, um jovem e prestigiado general, apoiado pela burguesia, foi convidado a assumir o poder.
Em 1799, é instaurado um novo regime político, o Consulado, em que o poder passou a ser exercido por três cônsules. A partir deste momento, Napoleão foi concentrando em si cada vez maiores poderes e, progressivamente, passa a dominar politicamente a França. Em 1804, tornou-se imperador e desenvolveu uma política expansionista, que originou, em 1814, a invasão da França pelas tropas da Áustria, Prússia e Rússia e o exílio de Napoleão. Este ainda fez uma tentativa para reaver o poder, contudo foi definitivamente derrotado na batalha de Waterloo, em 1815. Os reis e embaixadores das grandes potências europeias reuniram-se no Congresso de Viena (1814-1815), uma conferência que teve como objetivos redesenhar o mapa político do continente europeu após a derrota da França napoleónica e retomar a colonização.
 A herança da Revolução Francesa para o mundo atual 
 A Revolução Francesa foi responsável por um conjunto de conquistas e transformações sociais, políticas e económicas que fizeram triunfar ideais de carácter universal (liberdade, igualdade e fraternidade). O governo e a política expansionista de Napoleão contribuiu para divulgar as ideias liberais por toda a Europa. A Revolução Francesa não mudou apenas a França, a sua repercussão teve uma dimensão universal, já que os seus efeitos depressa se fizeram sentir pelo resto da Europa e em grande parte do mundo. Um dos seus maiores legados foi a Declaração Universal dos Direitos do Homem e do Cidadão. A Revolução Francesa de 1789 acabou por ser considerada um marco de periodização clássica, com o fim do Antigo Regime deu-se a passagem para a Idade Contemporânea. As etapas da Revolução Francesa