segunda-feira, 31 de março de 2014

A AUTORIDADE POLÍTICA

Nenhum homem recebeu da Natureza o direito de comandar os outros. 
A liberdade é um presente do céu e cada indivíduo da mesma espécie tem o direito de gozar dela logo que goze da Razão. […] 
Toda outra autoridade [que não a paterna] vem duma outra origem, que não é a da Natureza.
 Examinando-a bem, sempre se a fará remontar a uma destas duas fontes: ou a força e a violência daquele que dela se apoderou; ou o consentimento daqueles que lhe são submetidos, por um contrato celebrado ou suposto entre eles e aquele a quem deferiram a autoridade. 
O poder que se adquire pela violência não é mais que uma usurpação e não dura senão pelo tempo por que a força daquele que comanda prevalece sobre a daqueles que obedecem […]. 
O poder que vem do consentimento dos povos supõe necessariamente condições que tornem o seu uso legítimo útil à sociedade, vantajoso para a república, e que a fixam e restringem entre limites pois o homem não pode nem deve dar-se inteiramente e sem reserva a outro homem, porque há um Senhor superior acima de tudo, ao qual somente ele pertence por inteiro [Deus]. […] 
Ele permite, para o bem comum e a manutenção da sociedade, que os homens estabeleçam entre si uma ordem de subordinação, que obedeçam a um deles; mas quer que seja por razão e com medida, e não cegamente e sem reserva, a fim de que a criatura não se arrogue os direitos do criador.
 Toda outra submissão é verdadeiro crime de idolatria.

 Denis Diderot, artigo “Autoridade Política”, em Enciclopédia, 1751-1780


 1 Entregaram.

O TESTEMUNHO DE UM PARISIENSE (junho 1794)

Nas últimas semanas temos assistido à morte dos maiores e mais famosos que ainda sobrevivem em França, e dos mais ricos também... Todos eles morreram aos pés de uma alta e hedionda estátua de gesso chamada Liberdade que foi edificada no que resta da base da efígie de Luís XV. 
Será possível acreditar que todos aqueles sacrificados a seus pés são seus inimigos? Que tipos de homens bem- -nascidos e bem-educados se recusarão a apoiar a liberdade civil e política devidamente organizada? Quem irá algum dia acreditar que Lavoisier e os outros eram apoiantes da escravatura e tirania? Não, eles eram nobres, ricos e iluminados; teriam de ser condenados à morte.

Carta do editor parisiense Nicholas Ruault ao seu irmão, em 21 de junho de 1794

MISÉRIA CAMPESINA

“A noite ou de dia, aos pares ou em pequenos grupos sem jamais se aventurar só, eles atacam as fazendas (...). 
Tudo estremece a sua chegada; ameaçam os homens espancam as mulheres, quebram os móveis, abrem e derrubam os cofres, os armários e se vão levando sempre alguma rapina, quando não carregam consigo algum infeliz para o cárcere. ”

 Relato de um camponês francês

CAMPONÊS SUSTENTA O CLERO E A NOBREZA– FRANÇA 1789

”Sire, meu rei, se tivésseis conhecimento do que se passa em França que vossa plebe sofre da maior miséria e da mais miserável pobreza.”

 Camponeses de Champniers, em Angoumois ( antiga província francesa)

CADERNO DE QUEIXAS


“ O número de nossas crianças nos desespera, não temos como alimentá-los, vesti-los: muitos de nós tem oito ou nove filhos.”

 Habitantes de La Cauré, em um caderno de queixas.

CRONOLOGIA DA REVOLUÇÃO AMERICANA

Anos
Acontecimentos
1756-1763
Guerra dos Sete Anos.
1763
Tratado de Paris. A França perde as suas possessões no continente americano. Proclamação real britânica proibindo que os colonos se estabeleçam a oeste dos Apalaches.
1764-1765
Leis sobre o melaço e o selo fiscal. Protestos coloniais.
1766-1767
Revogação das leis precedentes e introdução de novas taxas sobre outros géneros.
1770
Massacre de Boston: tropas britânicas atiram sobre colonos que protestavam contra as taxas.
1773-1775
Questão do chá. Lançamento ao mar, em Boston, do chá transportado pela companhia das Índias. O Parlamento britânico riposta com leis coercitivas.
1775
Primeiro embate em Lexington e Concord entre as tropas britânicas e as milícias do Massachusetts. George Washington é nomeado comandante-chefe dos exércitos coloniais.
1775-1783
Guerra da Independência.
1776
4 de julho de 1776 — Assinatura da Declaração de Independência.
1783
Tratado de Versalhes. Os Estados Unidos são reconhecidos pela Grã-Bretanha.
1787
Redação da Constituição pela Convenção de Filadélfia.
1789
A Constituição é aplicada. George Washington é o primeiro presidente. Votação do Bill of Rights (as 10 primeiras emendas).

terça-feira, 25 de março de 2014

HISTÓRIA DA BANDEIRA


Porém em 1775 o Segundo Congresso Continental adoptou uma bandeira um mais parecida com a que conhecemos hoje, com as faixas em cores branca e vermelha, e a Union Flag (bandeira britânica) no lugar do rectângulo, como forma de reparar e manter relações com a Grã Bretanha. 
 Porém 2 anos depois um modelo diferente seria oficializado, substituindo a Union Flag no canto superior por um rectângulo azul com 13 estrelas (representando a união das 13 colónias). 
The First American
Flag of the Thirteen Colonies:

Nome oficial: Estados Unidos da América (United States of America)
Capital: Washington
 Localização: América do Norte
 Data de adoção: 4 de julho de 1960
A bandeira dos Estados Unidos possui 13 faixas, alternadas em vermelho e branco, representando as 13 colónias/estados existentes na origem do país. 
No canto superior esquerdo há um campo azul que contém 50 estrelas brancas de cinco pontos que representam todos os estados da União.
O vermelho simboliza resistência e valor, o branco simboliza pureza e inocência, e o azul representa vigilância, perseverança e justiça.

A EVOLUÇÃO DA BANDEIRA AMERICANA...

EM VIGOR DE 3.12.1775 A 
14.8.1777
SEM ESTRELAS 
 EM VIGOR DE 14.6.1777
A 3.5.1795
COM 13 ESTRELAS
 EM VIGOR ENTRE 1.5.1795 E 3.7.1818
COM 15 ESTRELAS
EM VIGOR DESDE 4.7.1960
COM 5O ESTRELAS

domingo, 23 de março de 2014

CADERNOS DE QUEIXAS DO TERCEIRO ESTADO - CAHIERS DE DOLÉANCES

O que eram os cadernos de queixas?
 Cahiers de Doléances (do francês antigo doléance e douloir, [...] “doer", em português - "cadernos de queixas") são registros nos quais a assembleia de cada das circunscrições francesas, encarregadas de eleger os deputados para os Estados Gerais, anotava petições e queixas da população.
 Seu uso remonta ao século XIV. 
Os mais notórios sãos os de 1789. 
Como uma espécie de consulta às necessidades e anseios da população, os cadernos expressavam as instruções e poderes conferidos pela população a seus deputados. 
Para preparar a reunião dos Estados Gerais, os súditos do reino redigiam seus cahiers de doléances, registrando queixas e pedidos endereçados ao rei. 
Cada ordem (Nobreza, Clero, Terceiro Estado) tinha o seu; cada paróquia redigia o seu e, posteriormente, os cadernos eram agrupados por entidade administrativa. 
Para o Terceiro Estado, eram elaborados cahiers de cidades, paróquias, corporações de ofício, consolidados em três fases - cada fase resultando na redação de um caderno. (...) Entre março e abril de 1789 foi solicitado aos franceses que redigissem seus cadernos, a serem encaminhados aos deputados eleitos para os Estados Gerais de 1 de maio de 1789, conforme convocação de Luís XVI. 
A consolidação dos cadernos foi feita poucas semanas antes da abertura dos Estados Gerais, de modo a permitir o debate. 
Estima-se que tenham sido enviados ao rei entre cinquenta e sessenta mil desses cadernos. 
 Atualmente, os cadernos são uma fonte de informação essencial para a pesquisa histórica acerca da vida dos franceses sobretudo à época da Revolução Francesa. 
Poucos cadernos anteriores a 1789 estão disponíveis. 

(Fonte: wikipedia)

 AS QUEIXAS DO TERCEIRO ESTADO: 1. Paróquia de Longey, eleição de Chateaudun, generalidade de Órleans: Nós, habitantes da paróquia de Longey abaixo-assinados, tendo nos reunido em virtude das ordens do Rei, na sexta-feira, dia 6 do presente mês de maio de 1789, resolvemos o que segue: 
Pedimos que todos os privilégios sejam abolidos - declaramos que se alguém merece ter privilégios e gozar de isenções, são estes, sem contradição, os habitantes do campo, pois são os mais úteis ao Estado, porque por seu trabalho o fazem viver. 
 Que até hoje foram quase os únicos a pagar os exorbitantes impostos de que esta província está carregada; que os campos estão arruinados e os cultivadores na impossibilidade de poder manter e criar sua família; que à maior parte falta o pão, visto os impostos que os sobrecarregam e as perdas que experimentam todos os anos, seja pela caça, seja por outros flagelos. 
Pedimos também que as talhas com as quais a nossa paróquia esta sobrecarregada sejam abolidas; que este imposto que nos oprime, e que só é pago pelos infelizes, seja convertido num só e único imposto ao qual devem ser submetidos todos os eclesiásticos e nobres sem distinção, e que o produto deste imposto seja levado diretamente ao Tesouro. 
 Pedimos ainda que não haja mais gabela e que o sal se torne comerciável, o que seria um grande benefício para todo o povo e principalmente para nós, habitantes do campo, que pagamos esta mercadoria muito caro e que dela fazemos o maior consumo um imposto que nos e muito oneroso e prejudicial.

(Seguem-se 12 assinaturas.)

 (Mattoso, Kátia M. de Q., op. cit. p. 4/5.)

 Estado de Poitiers: "A esta classe camponesa, tão útil [...] pelo seu trabalho, a prosperidade de nada serve: os rendimentos da terra são devorados pelos impostos [...]. 
O cavador, coberto pelos farrapos da miséria, só tem, para se deitar, um leito de palha e, por alimento, um pão grosseiro que, quantas vezes, apenas pode molhar nas suas lágrimas. 
Nem na infância conhece repouso: cavador aos sete anos, decrépito aos trinta, é esta a sua triste sorte."

domingo, 16 de março de 2014

POR ORDEM DO REI

Carta de convocação dos Estados Gerais, em 1789

Por ordem do Rei.
 Nosso amado e fiel. Temos necessidade do concurso de nossos fiéis súditos para nos ajudarem a superar todas as dificuldades em que nos achamos, com relação ao estado de nossas finanças e para estabelecer, segundo os nossos desejos, uma ordem constante e invariável em todas as partes do governo que interessam à felicidade dos nossos súditos e à prosperidade de nosso reino. Esses grandes motivos Nos determinaram a convocar a assembleia dos Estados de todas as províncias sob nossa obediência, tanto para Nos aconselharem e Nos assistirem em todas as coisas que serão colocadas sob as suas vistas, quanto para fazer-Nos conhecer os desejos, e queixas de nossos povos, de maneira que, por mútua confiança e amor recíproco entre o Soberano e seus súditos, seja achado o mais rapidamente possível, um remédio eficaz para os males do Estado e que os abusos de toda espécie sejam reformados e prevenidos. Dado em Versalhes, em 24 de janeiro de 1789.
Assinado: Luis. Secretário: Laurent de Villedeuil.

 Fonte: MATTOSO, Kátia M. de Queiróz. Textos e Documentos para o estudo da História Contemporânea, 1789-1963.(São Paulo, HUCITEC, Ed. da Universidade de São Paulo, 1977,).

MULHERES NA REVOLUÇÃO FRANCESA

"A 5 de outubro, oito ou dez mil mulheres foram a Versalhes; muita gente as acompanhou. A Guarda Nacional forçou o sr. de La Fayette a conduzi-las para lá na mesma noite. 
No dia 6, elas trouxeram o rei e obrigaram-no a residir em Paris. (...) 
Não devemos procurar aqui a ação dos partidos. 
Eles agiram, mas fizeram muito pouco. 
A causa real, certa, para as mulheres, para a multidão mais miserável, foi uma só, a fome. Tendo desmontado um cavaleiro, em Versalhes, mataram o cavalo e comeram-no quase cru. (...) 
O que há no povo de mais povo, quero dizer, de mais instintivo, de mais inspirado, são, por certo, as mulheres. 
Sua ideia foi esta: "Falta pão, vamos buscar o rei; se ele estiver conosco, cuidar-se-á para que o pão não falte mais. 
Vamos buscar o padeiro!"

 (Jules Michelet. "História da Revolução Francesa", 1989.)

CADERNO DE QUEIXAS

Paróquia de Longey, eleição de Chateaudun, generalidade de Órleans: Nós, habitantes da paróquia de Longey abaixo-assinados, tendo nos reunido em virtude das ordens do Rei, na sexta-feira, dia 6 do presente mês de maio de 1789, resolvemos o que segue: Pedimos que todos os privilégios sejam abolidos - declaramos que se alguém merece ter privilégios e gozar de isenções, são estes, sem contradição, os habitantes do campo, pois são os mais úteis ao Estado, porque por seu trabalho o fazem viver. Que até hoje foram quase os únicos a pagar os exorbitantes impostos de que esta província está carregada; que os campos estão arruinados e os cultivadores na impossibilidade de poder manter e criar sua família; que à maior parte falta o pão, visto os impostos que os sobrecarregam e as perdas que experimentam todos os anos, seja pela caça, seja por outros flagelos. Pedimos também que as talhas com as quais a nossa paróquia esta sobrecarregada sejam abolidas; que este imposto que nos oprime, e que só é pago pelos infelizes, seja convertido num só e único imposto ao qual devem ser submetidos todos os eclesiásticos e nobres sem distinção, e que o produto deste imposto seja levado diretamente ao Tesouro. Pedimos ainda que não haja mais gabela e que o sal se torne comerciável, o que seria um grande benefício para todo o povo e principalmente para nós, habitantes do campo, que pagamos esta mercadoria muito caro e que dela fazemos o maior consumo um imposto que nos e muito oneroso e prejudicial. (Seguem-se 12 assinaturas.)

(Mattoso, Kátia M. de Q., op. cit. p. 4/5.)

Estado de Poitiers: "A esta classe camponesa, tão útil [...] pelo seu trabalho, a prosperidade de nada serve: os rendimentos da terra são devorados pelos impostos [...]. O cavador, coberto pelos farrapos da miséria, só tem, para se deitar, um leito de palha e, por alimento, um pão grosseiro que, quantas vezes, apenas pode molhar nas suas lágrimas. Nem na infância conhece repouso: cavador aos sete anos, decrépito aos trinta, é esta a sua triste sorte."

“Os habitantes da paróquia de Chateaubourg, na Bretanha, consideram que o regime priva o proprietário do direito da propriedade, o mais sagrado, pois todo ano ele é obrigado a pagar a seu senhor uma renda em dinheiro ou em espécie. A dependência em relação aos moinhos também deve ser levada em consideração: ela sujeita [camponês] a utilizar os moinhos do senhor; dessa forma, ele é forçado a levar suas sementes a moleiros de honestidade nem sempre reconhecida, embora pudesse moer mais perto e escolher um moleiro de sua confiança.”

 Caderno de queixas de Rennes para os Estados Gerais de 1789.

Coletânea de Documentos Históricos para o 1º Grau. São Paulo: SE/CENP, 1980, p. 87

CARICATURAS DA REVOLUÇÃO FRANCESA

Representa a guilhotina usado na revolução francesa na época do terror.


Mostra a morte do rei na praça, e a chegada dos jacobinos no poder

Despertar do Terceiro Estado


Antigo Regime - organização social -
o camponês carrega a Igreja e a Aristocracia nas costas, 

dos bolsos dos privilegiados sai os impostos.
Na legenda em francês está escrito:
”O tempo presente quer que cada um carregue o grande fardo”
Ilustração de 1789.Coleção 
particular.Paris,França.
ALEGORIA DA OPRESSÃO DO TERCEIRO ESTADO 
POR PARTE DAS DUAS CLASSES PRIVILEGIADAS



Antigo Regime - 
a caricatura mostra o terceiro estado miseravel, 
a nobreza robusta e livre e o 
clero com uma coruja no chapéu, simbolo da ambição.

A 4 de Agosto de 1789, 
a Assembleia Nacional Constituinte pôs fim aos direitos feudais
 (banalidades e corveias, dízima ao clero, venda e compra de cargos) 
e aos símbolos das ordens privilegiadas (como os brasões da nobreza e os chapéus dos cardeais)

Com a Revolução Francesa
uniformizaram-se os pesos e as medidas (litro, grama, metro),
 assim como por toda a Europa Continental.

segunda-feira, 10 de março de 2014

BOSTON TEA PARTY- 1773

"Na noite passada, três carregamentos de chá da China foram lançados ao mar. (...) A questão é saber se a destruição do chá era necessária. Creio absolutamente que o era. Havia que tomar uma opção: desembarcá-lo ou destruí-lo. Deixar desembarcá-lo seria submetermo-nos às imposições do Parlamento inglês (...)."

John Adams, Carta de 17 de dezembro de 1773.

A ABOLIÇÃO DOS PRIVILÉGIOS FEUDAIS

"A Assembleia Nacional [Constituinte] destrói inteiramente o regime feudal e decreta que, nos direitos e deveres, tanto feudais como censitários, os que dizem respeito à mão de obra e à servidão pessoal (...) são abolidos sem compensações."

 Decreto da Assembleia Nacional Constituinte, 4 de agosto de 1789.

BLOQUEIO CONTINENTAL

"Napoleão, Imperador dos Franceses (...) decreta:
 Artigo 1.º- As Ilhas Britânicas são declaradas em estado de bloqueio.
 Artigo 2.º- É proibido todo o comércio com as Ilhas Britânicas (...)."

 Decreto napoleónico de 1806

SAQUES DAS INVASÕES FRANCESAS

"Quatro anos de guerra deixaram o país em situação miserável. As invasões e a ocupação francesas devastaram Portugal. A agricultura, a indústria e o comércio foram profundamente afetados, já para não falar nas perdas de vidas (...) e dos saques de mosteiros, palácios e até casas humildes."

 A. H. de Oliveira Marques, História de Portugal, Editorial Presença.

GENERAL BRESFORD

"(...) Portugal, esse velho conquistador, tornara-se por sua vez uma colónia (...). Politicamente éramos colonos ingleses. O nosso exército era um exército inglês, cujos soldados e unicamente os soldados haviam nascido neste país. Governava-nos um general inglês (...)."

 J. Custódio e Cândido Beirante, Alexandre Herculano, Um Homem e uma Ideologia. Lisboa, IPPAR, 1978 [adaptado].