O Vestuário Burguês e Aristocrático - Século XIX
O vestuário do século XIX foi influenciado pela revolução industrial e pelo triunfo da burguesia. Surgiram novos tipos de tecidos e novas possibilidades de os colorir, desenhar, armar, segurar e coser. A moda alargou-se da nobreza à burguesia e, em certos casos, até ao povo, passando a ser definida por grandes costureiros e modistas.
A França manteve a tradição da pátria da moda, embora a Inglaterra também desempenhasse um papel de relevo, sobretudo no vestuário masculino.
A moda passou por quatro grandes estilos: (...) «Império» desde os começos do século até aproximadamente 1815; «Romântico», de 1815 até cerca de 1850; «2º Império», de 1850 até 1870; e estilo «Belle Époque», de 1870 até à Primeira Guerra Mundial.
No que respeita ao traje feminino, usaram-se sempre saias compridas, até ao chão, deixando-se por vezes ver o pé. A cintura usou-se alta, pouco abaixo dos seios, durante o estilo «Império», descendo depois para o seu lugar natural. Quanto à saia, foram-se alargando os seus volumes e roda, chegando a usar-se, por baixo do vestido, uma armação de lâminas de aço e barbatanas _ a chamada crinolina _ ou ainda quatro saias interiores de tecidos duros para permitir um máximo de volume. Esta moda atingiu o auge entre 1845 e 1866. Depois, abandonou-se a crinolina mas passou a usar-se por baixo do vestido, sobre os rins, uma espécie de almofada _ a tournure _ que levantava a saia atrás. A partir da década de 1890 a saia simplificou-se, mas surgiram grandes mangas de balão.
Desde 1815 os cabelos usaram-se sempre compridos, mas na forma de canudos, de tranças apanhadas, de bandós, de carrapitos no alto da cabeça, etc.
Por cima punha-se um chapéu, de que houve variados modelos.
Os da «Belle Époque» começaram por ser minúsculos, aumentando depois de tamanho e adornando-se com toda a espécie de enfeites. O estilo «Romântico» foi ainda caracterizado por os seus famosos xailes de caxemira, que as senhoras da alta sociedade traziam por cima do vestido, em posições várias.
A moda feminina estava em constante mudança, sendo publicados em todos os países jornais de modas que ensinavam as damas elegantes a vestir-se segundo os últimos modelos de Paris.
O traje masculino mostrou-se menos dado a modas e a variações.
A generalização do trabalho a todas as classes e o conceito de homem másculo, pouco interessado em «trapos», impuseram-se pouco a pouco.
Mas também o seu vestuário sofreu algumas evoluções.
Três das peças principais do traje masculino foram a casaca, o colete e as calças.
Mas a casaca saiu gradualmente do uso quotidiano para se transformar em traje de cerimónia.
Em sua substituição surgiram a sobrecasaca, que descia abaixo dos joelhos e o casaco, à maneira de hoje, aparecido no começo da «Belle Époque» .
As calças, que muitos ainda usavam de tipo calção durante o estilo «Império», eram compridas, surgindo o respectivo vinco só no final do século.
Durante muito tempo preferiram-se tecidos diferentes para a casaca (ou seus substitutos), o colete e as calças. por baixo vestia-se uma camisa e punha-se sempre uma gravata, cuja forma variou muito.
A casaca de cerimónia, preta a partir do estilo «"º Império», sofreu depois a concorrência do smoking, usado aliás em momentos diferentes.
Na cabeça usava-se sempre chapéu, sendo o chapéu alto o preferido.
Na «Belle Époque» generalizaram-se o chapéu de coco e, mais tarde, o chapéu mole e o palhinha (chapéu de palha) no tempo quente.
Foram grandes a profusão e a variação de uniformes, não só dentro das Forças Armadas mas também para distinguir numerosas profissões.
Surgiu igualmente o vestuário desportivo. As crianças e os adolescentes passaram a ter as suas próprias roupas.
O cabelo masculino usou-se em geral cortado mas com penteados vários. nos meados e finais do século apareceram bigodes, barbas e suíças em quantidade mas obedecendo sempre aos ditames da moda.
A. H. de Oliveira Marques
O leque é o acessório predominante da mulher na vida noturna. Até a o final da década de 30 foi muito utilizado, assim como a luva, possuia uma linguagem própria, um complicado sistema de posições e gesticulações que possibilitavam as damas se comunicar e flertar.
O leque evoluiu através dos tempos, há uma diversidade infinda de materiais usados na confecções durante o século XIX.
Para as estruturas a madeira foi a primeira a ser empregada na manufaturas de leques e abanos, mas foram o marfim e o osso, os mais antigos a serem usados, na confecção de estruturas de melhor qualidade voltado à elite.
Eis uma frase de Madame de Stäel, uma dama da sociedade francesa, a respeito do leque: “Há tantos modos de se servir de um leque que se pode distinguir, logo à primeira vista, uma princesa de uma condessa, uma marquesa de uma pebleia.
Aliás, uma dama sem leque é como um nobre sem espada.”
Há alguns burgueses mais ricos, o rei concedia-lhes títulos de nobreza: títulos de visconde, conde, barão.
Os homens usavam chapéus altos, lenços ao pescoço, coletes, calções e botas, e faziam uso da bengala.
A bengala se transformou em um símbolo de status para os homens, simbolizando o poder. Substituiu a espada como um acessório de vestimenta no século XIX.
William Ewart Gladstone (1809-1898) viajando a Londres. Gladstone foi um político liberal britânico, primeiro como deputado no Parlamento e depois ocupando vários cargos no governo; líder do Partido Liberal (1866/1875 e 1880/1894), e Primeiro-ministro do Reino Unido por quatro vezes.
Percebe o chapéu que o mesmo usa? E as mãos em cima da bengala! O chapéu é alto, estilo The d’orsay conhecido popularmente como cartola. Já a bengala é chamada de bengala-de-marfim.
Moda séc. XIX Os homens começaram um estilo que era o do traje de campo inglês.
Este traje é do ano de 1818.
Usavam chapéus altos, lenços ao pescoço, jaquetas com lapelas, coletes, calções e botas, eliminando as casacas bordadas e as rendas.
Moda no séc. XIX Em meados do séc. XIX, no ano de 1860, as mulheres usavam rodas exageradas.
O traje feminino aumentou de volume graças a inúmeros saiotes, que pesavam muito e as mulheres tinham dificuldade em andar.
Elas tinham a cintura muito fina porque o traje feminino exigia o uso de espartilho Moda no Séc. XIX
O traje feminino aumentou de volume graças a inúmeros saiotes que pelo seu peso dificultavam o movimento.
Data dessa época a invenção da nova crinolina que já era uma armação à base de anéis metálicos flexíveis que substituía com vantagem os saiotes.
Este vestido é de 1874.
É muito grande e muito valioso. É um vestido azul e muito bonito.
É muito trabalhado, com vários tecidos e rendas.
O Chapéu, por exemplo, muda várias vezes seu formato, horas grandes, outras pequenas, sendo expoente máximo do glamour.
Hoje ainda é muito usado pela monarquia britânica.
Nas casas, no comércio e em repartições públicas até meados do século XX, havia o porta-chapéus um móvel presente e indispensável, uma vez que as regras de etiqueta não permitiam o uso do adereço em lugares cobertos.
Há ínumeros tipos de Chapéus, masculinos e femininos, feitos de diversos materiais e formatos.
Vale ressaltar que a palavra chapéu deriva do francês antigo chapel, atual chapéu.
Tem a função principal de proteger ou enfeitar a cabeça, servindo antigamente para indicar hierarquia, função, condição social.
Outro acessório bastante presente nesta época eram as Luvas.
Usadas tanto por homens como mulheres. Durante o século XIX, eram parte do traje e usadas durante o dia e à noite, em principal as rendadas.
Mas não eram apenas sinônimas de fineza, as luvas possuíam linguagem, como por exemplo, para dizer sim se deixa cair uma luva e para dizer não se enrola ambas na mão direita.
No século XX, com exceção de luvas longas para a noite, transformaram-se em peças utilitárias, aparecendo também o modelo Mitene (sem dedos), sendo logo após esquecidas.
Entre 1870 e 1890 as mulheres mudaram a sua maneira de vestir desta vez com a finalidade de procurarem a sua identidade, as saias tinam agora um grande volume na parte traseira, como roupa interior o espartilho era fundamental e as rendas também usavam chapéus e sapatos de salto alto já para não falar dos tecidos que tinham de ser vistosos e o leque era um acessório fundamental, a grande característica desta época foi mesmo o contraste entra a moda feminina e a moda masculina pois os homens procuravam roupa pratica para o dia a dia e as mulheres exibiam o poder económico dos maridos ao se “cobrirem de laços, babados, rendas, ancas, caudas, chapéus, sombrinhas e toda uma gama de complementos ornamentais que lhes dificultavam a vida prática”
“O contraste visual era dos mais evidentes, seja em volume, cor, tecido e, principalmente, em ornamentos, já que a mulher abusava dessas possibilidades e o homem procurava omitir os enfeites, à exceção da gravata, da cartola, da barba e, normalmente, da corrente do relógio de bolso, que lhe ficava aparente sobre o colete.
(RACINET, 1994) ”
O vestuário do século XIX foi influenciado pela revolução industrial e pelo triunfo da burguesia. Surgiram novos tipos de tecidos e novas possibilidades de os colorir, desenhar, armar, segurar e coser. A moda alargou-se da nobreza à burguesia e, em certos casos, até ao povo, passando a ser definida por grandes costureiros e modistas.
A França manteve a tradição da pátria da moda, embora a Inglaterra também desempenhasse um papel de relevo, sobretudo no vestuário masculino.
A moda passou por quatro grandes estilos: (...) «Império» desde os começos do século até aproximadamente 1815; «Romântico», de 1815 até cerca de 1850; «2º Império», de 1850 até 1870; e estilo «Belle Époque», de 1870 até à Primeira Guerra Mundial.
No que respeita ao traje feminino, usaram-se sempre saias compridas, até ao chão, deixando-se por vezes ver o pé. A cintura usou-se alta, pouco abaixo dos seios, durante o estilo «Império», descendo depois para o seu lugar natural. Quanto à saia, foram-se alargando os seus volumes e roda, chegando a usar-se, por baixo do vestido, uma armação de lâminas de aço e barbatanas _ a chamada crinolina _ ou ainda quatro saias interiores de tecidos duros para permitir um máximo de volume. Esta moda atingiu o auge entre 1845 e 1866. Depois, abandonou-se a crinolina mas passou a usar-se por baixo do vestido, sobre os rins, uma espécie de almofada _ a tournure _ que levantava a saia atrás. A partir da década de 1890 a saia simplificou-se, mas surgiram grandes mangas de balão.
Desde 1815 os cabelos usaram-se sempre compridos, mas na forma de canudos, de tranças apanhadas, de bandós, de carrapitos no alto da cabeça, etc.
Por cima punha-se um chapéu, de que houve variados modelos.
Os da «Belle Époque» começaram por ser minúsculos, aumentando depois de tamanho e adornando-se com toda a espécie de enfeites. O estilo «Romântico» foi ainda caracterizado por os seus famosos xailes de caxemira, que as senhoras da alta sociedade traziam por cima do vestido, em posições várias.
A moda feminina estava em constante mudança, sendo publicados em todos os países jornais de modas que ensinavam as damas elegantes a vestir-se segundo os últimos modelos de Paris.
O traje masculino mostrou-se menos dado a modas e a variações.
A generalização do trabalho a todas as classes e o conceito de homem másculo, pouco interessado em «trapos», impuseram-se pouco a pouco.
Mas também o seu vestuário sofreu algumas evoluções.
Três das peças principais do traje masculino foram a casaca, o colete e as calças.
Mas a casaca saiu gradualmente do uso quotidiano para se transformar em traje de cerimónia.
Em sua substituição surgiram a sobrecasaca, que descia abaixo dos joelhos e o casaco, à maneira de hoje, aparecido no começo da «Belle Époque» .
As calças, que muitos ainda usavam de tipo calção durante o estilo «Império», eram compridas, surgindo o respectivo vinco só no final do século.
Durante muito tempo preferiram-se tecidos diferentes para a casaca (ou seus substitutos), o colete e as calças. por baixo vestia-se uma camisa e punha-se sempre uma gravata, cuja forma variou muito.
A casaca de cerimónia, preta a partir do estilo «"º Império», sofreu depois a concorrência do smoking, usado aliás em momentos diferentes.
Na cabeça usava-se sempre chapéu, sendo o chapéu alto o preferido.
Na «Belle Époque» generalizaram-se o chapéu de coco e, mais tarde, o chapéu mole e o palhinha (chapéu de palha) no tempo quente.
Foram grandes a profusão e a variação de uniformes, não só dentro das Forças Armadas mas também para distinguir numerosas profissões.
Surgiu igualmente o vestuário desportivo. As crianças e os adolescentes passaram a ter as suas próprias roupas.
O cabelo masculino usou-se em geral cortado mas com penteados vários. nos meados e finais do século apareceram bigodes, barbas e suíças em quantidade mas obedecendo sempre aos ditames da moda.
A. H. de Oliveira Marques
O leque é o acessório predominante da mulher na vida noturna. Até a o final da década de 30 foi muito utilizado, assim como a luva, possuia uma linguagem própria, um complicado sistema de posições e gesticulações que possibilitavam as damas se comunicar e flertar.
O leque evoluiu através dos tempos, há uma diversidade infinda de materiais usados na confecções durante o século XIX.
Para as estruturas a madeira foi a primeira a ser empregada na manufaturas de leques e abanos, mas foram o marfim e o osso, os mais antigos a serem usados, na confecção de estruturas de melhor qualidade voltado à elite.
Eis uma frase de Madame de Stäel, uma dama da sociedade francesa, a respeito do leque: “Há tantos modos de se servir de um leque que se pode distinguir, logo à primeira vista, uma princesa de uma condessa, uma marquesa de uma pebleia.
Aliás, uma dama sem leque é como um nobre sem espada.”
Há alguns burgueses mais ricos, o rei concedia-lhes títulos de nobreza: títulos de visconde, conde, barão.
Os homens usavam chapéus altos, lenços ao pescoço, coletes, calções e botas, e faziam uso da bengala.
A bengala se transformou em um símbolo de status para os homens, simbolizando o poder. Substituiu a espada como um acessório de vestimenta no século XIX.
William Ewart Gladstone (1809-1898) viajando a Londres. Gladstone foi um político liberal britânico, primeiro como deputado no Parlamento e depois ocupando vários cargos no governo; líder do Partido Liberal (1866/1875 e 1880/1894), e Primeiro-ministro do Reino Unido por quatro vezes.
Percebe o chapéu que o mesmo usa? E as mãos em cima da bengala! O chapéu é alto, estilo The d’orsay conhecido popularmente como cartola. Já a bengala é chamada de bengala-de-marfim.
Moda séc. XIX Os homens começaram um estilo que era o do traje de campo inglês.
Este traje é do ano de 1818.
Usavam chapéus altos, lenços ao pescoço, jaquetas com lapelas, coletes, calções e botas, eliminando as casacas bordadas e as rendas.
Moda no séc. XIX Em meados do séc. XIX, no ano de 1860, as mulheres usavam rodas exageradas.
O traje feminino aumentou de volume graças a inúmeros saiotes, que pesavam muito e as mulheres tinham dificuldade em andar.
Elas tinham a cintura muito fina porque o traje feminino exigia o uso de espartilho Moda no Séc. XIX
O traje feminino aumentou de volume graças a inúmeros saiotes que pelo seu peso dificultavam o movimento.
Data dessa época a invenção da nova crinolina que já era uma armação à base de anéis metálicos flexíveis que substituía com vantagem os saiotes.
Este vestido é de 1874.
É muito grande e muito valioso. É um vestido azul e muito bonito.
É muito trabalhado, com vários tecidos e rendas.
O Chapéu, por exemplo, muda várias vezes seu formato, horas grandes, outras pequenas, sendo expoente máximo do glamour.
Hoje ainda é muito usado pela monarquia britânica.
Nas casas, no comércio e em repartições públicas até meados do século XX, havia o porta-chapéus um móvel presente e indispensável, uma vez que as regras de etiqueta não permitiam o uso do adereço em lugares cobertos.
Há ínumeros tipos de Chapéus, masculinos e femininos, feitos de diversos materiais e formatos.
Vale ressaltar que a palavra chapéu deriva do francês antigo chapel, atual chapéu.
Tem a função principal de proteger ou enfeitar a cabeça, servindo antigamente para indicar hierarquia, função, condição social.
Outro acessório bastante presente nesta época eram as Luvas.
Usadas tanto por homens como mulheres. Durante o século XIX, eram parte do traje e usadas durante o dia e à noite, em principal as rendadas.
Mas não eram apenas sinônimas de fineza, as luvas possuíam linguagem, como por exemplo, para dizer sim se deixa cair uma luva e para dizer não se enrola ambas na mão direita.
No século XX, com exceção de luvas longas para a noite, transformaram-se em peças utilitárias, aparecendo também o modelo Mitene (sem dedos), sendo logo após esquecidas.
Entre 1870 e 1890 as mulheres mudaram a sua maneira de vestir desta vez com a finalidade de procurarem a sua identidade, as saias tinam agora um grande volume na parte traseira, como roupa interior o espartilho era fundamental e as rendas também usavam chapéus e sapatos de salto alto já para não falar dos tecidos que tinham de ser vistosos e o leque era um acessório fundamental, a grande característica desta época foi mesmo o contraste entra a moda feminina e a moda masculina pois os homens procuravam roupa pratica para o dia a dia e as mulheres exibiam o poder económico dos maridos ao se “cobrirem de laços, babados, rendas, ancas, caudas, chapéus, sombrinhas e toda uma gama de complementos ornamentais que lhes dificultavam a vida prática”
“O contraste visual era dos mais evidentes, seja em volume, cor, tecido e, principalmente, em ornamentos, já que a mulher abusava dessas possibilidades e o homem procurava omitir os enfeites, à exceção da gravata, da cartola, da barba e, normalmente, da corrente do relógio de bolso, que lhe ficava aparente sobre o colete.
(RACINET, 1994) ”
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