quinta-feira, 2 de setembro de 2010

INSTRUMENTOS NÁUTICOS E ORIENTAÇÃO

A ORIENTAÇÃO
As rotas mais favoráveis foram identificadas desde a viagem de Vasco da Gama.
 Para poderem procurá-las os marinheiros tinham que se orientar, e faziam-no utilizando os seguintes instrumentos:
BALESTILHA
ASTROLÁBIO
QUADRANTE

 
Bússola

BÚSSOLA ASTROLÁBIO QUADRANTE BALESTILHA
Depois do contacto com os navegadores árabes que circulavam no Índico passaram a usar também a balestilha.
A representação da Terra
Além dos instrumentos, utilizavam não só CARTAS (mapas) onde as rotas vinham assinaladas como o conhecimento dos pilotos, cuja intuição e experiência eram indispensáveis a bordo. De início havia pilotos excelentes no Atlântico mas com dificuldades de se orientarem no Índico.
Com o decorrer do tempo acabaram por surgir grandes pilotos para todo o percurso da carreira da Índia.
À medida que os Descobrimentos avançaram foi possível fazer mapas cada vez mais próximos da realidade. Em Portugal surgiram verdadeiros especialistas em náutica e cartografia, que eram procurados a peso de ouro por toda a Europa. Notabilizaram-se neste campo as famílias Reinel, Homem, Teixeira e outras.
O primeiro planisfério hoje conhecido deve-se a um cartógrafo português anónimo. Este planisfério é conhecido como Planisfério de Cantino.
Os mapas e atlas portugueses do século XVI são dignos de nota não só pelo progressivo rigor científico como pelas magníficas ilustrações e iluminuras, que os transformam em autênticas obras de arte.

ROSA-DOS-VENTOS

ROSA-DOS-VENTOS
Em todos os mapas figura a rosa-dos-ventos. Os Portugueses representaram-na com desenhos lindíssimos e incluíram algumas inovações que vieram a tornar-se um hábito em toda a parte, como por exemplo, a flor-de-lis para indicar o norte e a cruz de Cristo para indicar o oriente.




Instrumentos
Bússola
A bússola era, e ainda é, um dos instrumentos de navegação mais importante a bordo.
Foi nos finais do século XII, que a bússola, também chamada de agulha de marear, começou a ser utilizada na navegação. Nessa época, consistia apenas numa agulha magnetizada que flutuava sobre a água, tendo uma das suas pontas viradas para Norte.
Essa indicação do Norte permitia que os navegadores se orientassem em alto mar e não se perdessem em lugares longínquos.
Pensa-se que foi a partir do início do século XIV, em Nápoles, que a bússola passou a ser utilizada tendo como base um cartão com o desenho da rosa dos ventos.
No tempo do Infante D. Henrique já se utilizava a rosa dos ventos com 32 rumos. Nalgumas rosas dos ventos também aparecia uma cruz indicando o Leste, a direcção da Terra Santa.
Quadrante
O quadrante, instrumento muito antigo, já no século XV era utilizado pelos portugueses. Este instrumento náutico foi utilizado pelos portugueses no ano de 1460, ano da morte do Infante D. Henrique.
O quadrante permitia determinar a distância entre o ponto de partida e o lugar onde a embarcação se encontrava, cujo o cálculo se baseava na altura da Estrela Polar.
Tinha a forma de um quarto de círculo, graduado de 0º a 90º. Na extremidade onde estavam marcados os 90º tinha duas pínulas com um orifício por onde se fazia pontaria ao astro. No centro tinha um fio de prumo. Observando a posição do fio de prumo lia-se a graduação que indicava a altura do astro.
Tanto o quadrante como o astrolábio permitiam saber se a embarcação se encontrava mais a norte ou mais a sul, é através da medição do ângulo que a Estrela Polar faz com o horizonte, ou medindo a inclinação do sol, também em relação ao horizonte.
Astrolábio
O astrolábio é um instrumento muito antigo, com o qual se media a altura dos astros acima do horizonte.
O astrolábio permitia descobrir a distância que ia do ponto de partida até ao lugar onde a embarcação se encontrava, mas descobria-se isso medindo a altura do sol ao meio dia. Mas como era isso possível se não havia relógios? Era sim, pois mediam o tempo com ampulhetas, mas com resultados pouco rigorosos. Era vantajoso em relação ao quadrante, não só porque era mais fácil trabalhar à luz do dia, como pelo facto de a Estrela Polar não ser visível no hemisfério sul.
Estes instrumentos foram uma novidade na Europa, datando de 1519 o primeiro desenho e descrição de um astrolábio náutico.
Actualmente conhecem-se cerca de trinta astrolábrios náuticos portugueses, alguns desses encontrados em navios naufragados espanhóis e holandeses.
Balestilha
Há quem afirme que foram os portugueses que inventaram a balestilha. A origem do seu nome poderá ser balhesta, o mesmo que besta, a arma medieval, devido à sua semelhança.
É constituída por uma régua de madeira, o virote, de secção quadrada e com três ou quatro palmos de comprimento, na qual se enfia a soalha que corre perpendicularmente ao virote.
A leitura da altura do astro era feita no ponto da escala gravada no virote onde a soalha correspondente tinha ficado, isto porque a balestilha tinha três ou quatro soalhas, conforme a altura do astro a medir.
Para medir o sol, a operação era feita de costas para o astro, para não ferir a vista.
Foi o primeiro instrumento a usar o horizonte do mar e apareceu após o astrolábio e o quadrante. Existe notícia do seu fabrico pelo menos até ao princípio do século XIX.

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